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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Teologia Liberal ou Ideologia Socialista?


A julgar por algumas mensagens que tenho recebido ultimamente, imagino que algumas pessoas confundam minhas posições teológicas com posições políticas que, pessoalmente, não abraço. Muitos tendem a confundir, por exemplo, a defesa duma teologia “liberal” ou “progressista” como sinônimo da defesa de visões políticas “socialistas” ou “marxistas” de minha parte. Este texto é um esclarecimento pessoal a respeito disso.

Em primeiro lugar, é bom que eu deixe claro, mais uma vez, que sou contrário à mistura de Igreja e Estado – isso, na verdade, é um dogma para mim, no que concerne à vida numa República. Isso significa, inclusive, que sou contrário à utilização do púlpito e das instituições eclesiásticas para a promoção de candidatos a cargos eletivos e de partidos políticos. Levo muitíssimo a sério a advertência evangélica, quando atribui a Jesus as palavras “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mateus 22:21)

Isso, obviamente, não quer dizer que consiga me despir de minhas perspectivas políticas quando lido com temas teológicos – ou vice versa. Mas, estou comprometido em não mesclar institucionalmente, de forma ativa e consciente, minhas perspectivas políticas pessoais e meus compromissos eclesiásticos.

Este blog não é um espaço eclesiástico, per se. Mas está ligado às minhas atividades como um Ministro da Palavra e do Sacramento. Logo, estendo aquele meu compromisso ético a estas páginas. Nunca incentivei voto em candidatos políticos aqui, e estou compromissado em nunca fazê-lo – mesmo que eu tenha minhas próprias convicções eleitorais.

Contudo, para que fiquem claras minhas posições a meus leitores: Não sou um comunista. Não sou um socialista. Não sou um marxista. Não sou um anarquista. O termo progressista – quando o uso, o que é uma raridade, apesar do endereço deste blog – aqui não significa nenhuma dessas posições.

Politicamente, declaro-me como um liberal democrata. Um cidadão politicamente liberal e comprometido com a democracia. Escrevo explicitamente sobre minhas opiniões políticas em outro espaço – no blog chamado “O Farol da Liberdade: A Voz do Liberal Democrata”. Minhas ideias são geralmente vistas pelos ditos “esquerdistas” brasileiros como sendo de “direita”, e pelos ditos “direitistas” como sendo de “esquerda”. Eu as classifico como sendo simplesmente “políticas” – da mesma forma como prefiro, honestamente, classificar minha fé simplesmente como "cristã", como pregava o Rev. James Martineau.

Apesar de minha fé cristã ser “política” – porque não é uma fé vivida apenas individualmente, mas exige a comunidade (a Igreja) para ser praticada –, não a confundo com credos políticos. Assim, mesmo que, eventualmente, trata de temas que envolvam a política eleitoral ou partidária nos textos que publico aqui, tenho o cuidado de não impor minhas visões partidárias aos leitores deste blog.

Se meu liberalismo teológico parece, às vezes, estar associado a ideias socialistas no que tange aos costumes, isso ocorre porque no Brasil a visão de tais temas é mais “conservadora” (um qualificativo inapropriado, considerando que me considero conservador, uma vez tento conservar minhas visões liberais!) que aquelas que braço. Se, por outro lado, posso parecer, às vezes, misturar meus liberalismos – o teológico e o político –, isso ocorre por os dois estarem historicamente ligados em suas origens e desenvolvimento.

Resta apenas enfatizar que este blog trata de teologia, fé, prática religiosa, Igreja, tradições cristãs. Não de “política” partidária ou daquelas ideologias propriamente identificadas como “políticas”. O que há de “político” aqui corresponde à “natureza” social da fé cristã.

Paz!

+Gibson

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