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quinta-feira, 8 de março de 2012

O grande espetáculo da Ditadura do Politicamente Correto


Apesar de eu tentar não trazer este tipo de discussão para este blog em particular, não deixo de pensar que essa tenha uma relação direta com aquilo que costumo discutir aqui: O Ministério Público Federal entra com ação contra os responsáveis pela publicação do Dicionário Houaiss (a Editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss) por sua definição do verbete “cigano”:

Cigano adj. 1 Relativo ao ou próprio do povo cigano; zíngaro Adj. s.m. 2 relativo a ou indivíduo dos ciganos, povo itinerante que emigrou do Norte da Índia para o oeste (antiga Pérsia, Egito), de onde se espalhou pelos países do Ocidente; calom, zíngaro 3 p.ext. que ou aquele que tem vida incerta e errante; boêmio 4 p.ana. vendedor ambulante de quinquilharias; mascate 5 (1899) pej. que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador 6 pej. que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota, sovina 7 que ou o que serve de guia ao rebanho (diz-se de carneiro) 8 LING m.q. ROMANI ETIM fr. cigain (sXV, atual tsigane ou tzigane, estas por infl. Do al. Zigeuner), do gr. biz. athígganos ‘intocável’, nome dado a certo grupo de heréticos da Ásia Menor, que evitava o contato com estranhos, a que os ciganos foram comparados quando de sua irrupção na Europa central; c.p. tur. cigianI/i>, romn, zigan, húng.cigány, it, zingano (a1470, atual zíngaro); f.hist. 1521 cigano, 1540 cigano, 1708 sigano COL bando, cabilda, ciganada, ciganagem, ciganaria, gitanaria, maloca, pandilha HOM cigano(fl.ciganar)”.

O MPF compreende que houve racismo e discriminação nos itens 5 e 6 do verbete! Entretanto, uma leitura atenta da definição, mostra claramente que não há nenhuma intenção de se definir o termo de maneira racista ou discriminatória. O que se faz é o que se espera dum dicionário: a oferta do sentido do termo em seus diferentes usos sociais. Ao oferecer os sentidos 5 e 6, o dicionário deixa claro que aquele é o sentido pejorativo dado ao termo no uso social da língua. Talvez os críticos devessem aprender um pouco mais sobre linguística, e talvez aprender a ler mais atentamente!

Já não bastasse um Estado que tenta controlar a vida dos cidadãos em seus mínimos detalhes, seja em termos do que fazemos ou dizemos, agora até a história da língua querem reescrever! Heaven forbid!

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