.

.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Liturgia da Santa Comunhão - 20 de fevereiro de 2011


CHAMADO À ADORAÇÃO

Ministro: Deus esteja com vocês!
Todos: E com você também!

Ministro: Deus certamente está conosco quando abrimos nossos olhos e contemplamos a beleza que nos cerca, ou, se não podemos ver, podemos sentir a vida da qual somos parte.

Todos: Deus é a fonte de Vida do Universo!

Ministro: Deus está conosco todas as vezes que ousamos nos amar mutuamente, honrando o valor e dignidade de toda pessoa que nos cerca, cuidando do mais fraco, protegendo o mais vulnerável, amando como Jesus nos ensinou.

Todos: Quando amamos, somos a presença de Deus no mundo!

Ministro: Como me apresentarei a Deus? Como me ajoelharei diante do Deus das alturas? Virei a ele com sacrifícios de animais? Devo trazer a ele dinheiro ou joias?

Todos: Ó homem, já foi explicado o que é bom e o que Deus exige de você: praticar a justiça, amar a misericórdia, caminhar humildemente com o seu Deus! (Miqueias 6:8)


Coral: Jesus disse: dou a vocês um novo mandamento. Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. (João 13:34)

Ministro:
Oremos:
Amado Deus, Jesus nos ensinou que, sem amor, nossas ações não valem nada. Envia teu Espírito e derrama em nossos corações o dom do amor, o verdadeiro laço de paz e de toda bondade; em nome do mesmo Jesus que, com seus ensinamentos e exemplos, nos aponta o caminho para tua presença. Amém.


[MÚSICA]


Ministro: Meus amigos e minhas amigas, as Escrituras nos ensinam a amar incondicionalmente e a cuidar daqueles que nos cercam, alegrando-nos com os que se alegram, chorando com os que choram, vivendo em harmonia com todos, não nos deixando levar pela mania de grandeza, nem nos considerando mais sábios que os outros, nos preocupando em fazer sempre o bem ao próximo, vivendo sempre em paz com todos, nunca sendo vencidos pelo mal, mas sempre vencendo o mal com o bem (Romanos 12:10-21). Entretanto, somos imperfeitos, e ficamos muito longe dessa expectativa. Por isso, analisemos nossas vidas, e confessemos a Deus nossos erros, falhas e pecados, deixando o Espírito divino criar em nós o desejo de sermos a Presença de Deus na vida de todas as pessoas que nos cercam.


Todos: Amado Deus, confessamos que não temos te amado com todo nosso coração, mente, e força, e não temos amado nosso próximo como a nós mesmos. Em teu amor, perdoa-nos pelo que temos sido, ajuda-nos a consertar o que somos, e molda o que seremos, para que possamos nos alegrar em nossa vida, amando incondicionalmente e abrindo nossas mentes, nossas mãos e nossos corações todos os dias de nossas vidas.


Ministro: Eu vos declaro, como tantas vezes fez Jesus em seu próprio tempo, que vocês estão e são perdoados. Que o Deus de amor, que perdoa todos os vossos erros, vos fortaleça em todo bem e, pelo poder do seu Espírito, vos preserve na vida eterna.

Todos: Amém.

E já que Deus nos perdoou, nos perdoemos uns aos outros. A paz de Deus esteja com todos vocês.

Todos: E com você também!

[Todos compartilham uns com os outros, em palavras e gestos, sinais de paz e reconciliação.]


[MÚSICA]

ORAÇÃO DE ILUMINAÇÃO: Diácono Elias Santana

Diácono: Oremos.
Ó Deus, nos diz o que precisamos ouvir, e nos mostra o que devemos fazer, para que possamos curar o mundo e trazer a tua Presença entre nós.

Todos: Amém!

Diácono: Ouçam o que o Espírito está dizendo à igreja.

PRIMEIRA LEITURA: Sandra Lima - Levítico 19:1-2, 9-18.

[Depois da leitura:]
Leitora: Palavra do Senhor.
Todos: Graças a Deus.


SALMO: Cantado pelos Humiliati e pela congregação - 119:33-40


SEGUNDA LEITURA: Cristina Wolfenson - 1 Coríntios 3:10-11, 16-23

[Depois da leitura:]
Leitora: Palavra do Senhor.
Todos: Graças a Deus.


[CÂNTICO DE PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO – pelos Humiliati]


EVANGELHO: Diácona (Alicia Phelps) - Mateus 5:38-48

Diácona: O Evangelho de nosso senhor Jesus Cristo de acordo com Mateus.
Todos: Glória a ti, ó Deus!

[Depois da leitura:]
Diácona: O Evangelho do Senhor!
Todos: Glória a Deus!


SERMÃO: Ministro (Rev. Gibson da Costa)


DOXOLOGIA:

Ministro: Ao rei dos séculos, ao Deus incorruptível, invisível e único, honra e glória para sempre!
Todos: Amém!


[MÚSICA]


AFIRMAÇÃO DE FÉ:

Ministro: Não estamos sozinhos.
Todos: Vivemos no mundo de Deus.
Ministro: Cremos em Deus,
Todos: que criou e está criando, que nos enviou Jesus como anunciador de Sua palavra, para reconciliar e renovar, que opera em nós e em outros através do Espírito.
Ministro: Confiamos em Deus,
Todos: que nos convoca à igreja, para celebrar a vida e sua plenitude, para amar e servir aos outros, para buscar justiça e resistir ao mal, para proclamar a mensagem de Jesus, nosso modelo de amor incondicional.
Ministro: Na vida, na morte, na vida além da morte, Deus está conosco.
Todos: Não estamos sozinhos. Graças a Deus.


ORAÇÃO DO POVO: Diácono Lars Channing


[MÚSICA]


CELEBRAÇÃO DA COMUNHÃO

Ministro: Desde tempos antigos, celebramos este banquete de pão e vinho. Na noite antes de sua morte, Jesus e seus amigos se reuniram ao redor da mesa. Ele tinha falado sobre um Deus que queria salvar todo o mundo; da cruz que deve ser carregada; do cálice que deve ser esvaziado; e da alegria encontrada pelos que amam. E agora, ele falava da comunhão em seu amor, que é maior que a morte; e da escuridão que encontram aqueles que se afastam do amor. Aquele foi um banquete de pão e vinho. O pão, feito de grãos de trigo, deveria ser partido; como seu corpo foi partido e morreu. O vinho, extraído da uva, deveria ser bebido por todos; como suas palavras foram bebidas por todos que o ouviam. Aqueles que partilharam daquele banquete, entendiam o significado do momento. Eles entendiam: a escuridão da traição; o poder da comunhão num amor mais poderoso que a morte; a paz daqueles que permanecem em seu amor. O banquete de pão e vinho é a comunhão neste amor que encontramos em Jesus, no qual partilhamos por meio dele; a comunhão com os que já se foram; a comunhão com os que estão longe; a comunhão com os que estão próximos; a comunhão com todos aqueles que virão depois de nós.

Amigos e amigas, em fé e amor, todos vocês são convidados a esta Comunhão, independentemente de pertencerem a esta igreja, a qualquer outra, ou a nenhuma. Todos os que anseiam viver em comunhão com Jesus e com seus ensinamentos são bem-vindos.

Agora ousemos dizer juntos uma adaptação da oração que Jesus ensinou a todos aqueles que se juntavam à vida no Espírito:

Todos:
Eterno Espírito,
Doador da vida,
Fonte de tudo o que é e de tudo o que será.
Pai e Mãe de todos nós,
Amoroso Deus, em quem está o céu:

Que teu nome ecoe no universo!
Que o caminho de tua justiça seja seguido pelos povos do mundo!
Que tua vontade celestial seja feita por todas as criaturas!
Que teu domínio de paz e liberdade sustenha nossa esperança e venha à terra.

Com o pão que precisamos hoje, alimenta-nos.
Nas mágoas que absorvemos uns dos outros, perdoa-nos.
Em tempos de tentação e aflição, fortalece-nos.
De provações muito difíceis, poupa-nos.
Da força de tudo que é mal, livra-nos.

Pois reinas na glória do poder que é o amor, agora e para sempre.

Amém.

[Silêncio]

Diácona: Neste ofício, comemoramos uma grande amizade e um grande sacrifício. Nos reunimos aqui para ter comunhão com Deus através do exemplo de Jesus, para que possamos renovar e aprofundar nossa relação com ele, e aumentar o poder e sinceridade de nosso discipulado. O amor pelos outros e o desejo de servi-los foi a grande paixão de sua vida. Pensamos nele não apenas em relação a seus próprios discípulos, com quem ele partilhou o dom de seu espírito, mas também em sua relação com os homens e as mulheres de seu tempo, a quem ele deu o melhor de si, tanto em palavra quanto em ação. O que mais o distinguiu foi a ênfase que deu à comunhão espiritual. Amizade com ele não significava apenas ajuda prática e simpatia, mas também encorajamento e apoio espiritual. Ele afirmava insistentemente que os famintos devem ser alimentados, que os nus devem ser vestidos, que os doentes devem ser visitados; mas ele não insistia menos, por causa disso, que as almas das mulheres e dos homens devem ser alimentadas, para que possam partilhar as riquezas da vida eterna. Em tudo o que disse e fez Jesus apelou à vida do espírito. Todas as mulheres e homens eram para ele suas irmãs e irmãos em Deus, e nesta ideia ele baseou sua relação com eles. Amor a Deus e amor à humanidade não eram princípios que se podiam escolher. Eles eram os princípios mais importantes da humanidade, sem os quais uma vida verdadeira era impossível.

Hoje, sejam quais forem nossas perplexidades ou dificuldades, ainda reconhecemos a verdade e a beleza do princípio cristão. Nossa natureza espiritual nos convoca ao ministério de amor e serviço. Frequentemente, nossos ideais são negados no domínio da vida prática e diária. Entretanto, não podemos nos envergonhar do claro testemunho de nossas almas ao amor a Deus e à humanidade como sendo as coisas supremas da vida. Como Jesus, devemos a elas nossa plena lealdade; e oramos para que enquanto partilhamos dos símbolos de seu ministério e sacrifício, possamos compartilhar da amizade de seu espírito, e sejamos fortificados e purificados em nossas almas por meio de nossa comunhão com ele. Que sejamos um neste ministério do Espírito, em nosso discipulado cristão, com todas as mulheres e homens fiéis de todas as eras, de todo lugar e de toda fé que têm amado e servido a humanidade no espírito de Jesus.

Ministro: Enquanto Jesus comia com seus discípulos em uma sala, tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim”. Depois ele fez o mesmo com o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança do meu sangue. Façam isto em memória de mim”.

[O ministro ergue o pão e diz:]
Ministro: E então, como todos partilham do pão da vida e são filhos de Deus, partimos este pão como um sinal e símbolo de Jesus, de todos os que têm fielmente servido a Deus e à humanidade, e como uma lembrança de nosso desejo de servirmos uns aos outros em perfeito amor.

Todos: Neste momento de lembrança e partilha, possa nosso desejo de servir a Deus e à humanidade ser renovado dentro de nós.

[O ministro ergue o cálice e diz:]
Ministro: Como somos todos feitos de um sangue e juntos partilhamos este mundo, tomamos este cálice como sinal e símbolo de Jesus, de todos os que têm testemunhado sobre a unidade da humanidade, e como uma lembrança de nosso desejo de que, como temos recebido gratuitamente, gratuitamente daremos.

[O pão e o cálice são distribuídos.]

[Quando todos os que desejarem tiverem tomado do pão e do vinho, haverá um momento de oração silenciosa.]

Ministro: Eterno Deus, te damos graças por nos teres posto no caminho de tantas mulheres e homens bons e fiéis. Lembramos de todos aqueles que, desde o começo do mundo, têm trabalhado pela justiça e têm caminhado contigo, todos cujas vidas têm sido marcado pela mesma beleza que estava em Jesus. Que a nuvem de testemunhos seja para nós um exemplo da vida com Deus, e que por meio da fé, esperança e amor, possamos estar unidos a eles e a ti, agora e eternamente.

Junta-nos ou espalha-nos, ó Deus, de acordo com tua vontade. Faz-nos uma igreja, uma igreja com mentes, mãos e corações abertos, uma igreja que leva este mundo à sério, pronta para trabalhar e para sofrer, ou até mesmo sangrar por ele.

Todos: Cristo nasce em nós quando abrimos nossos corações à inocência e ao amor. Cristo vive em nós quando caminhamos a senda do perdão, reconciliação e compaixão. Cristo morre em nós quando nos rendemos à nossa própria arrogância, egoísmo e ódio. Cristo ressuscita em nós quando nossas almas se despertam da morte espiritual para se unirem à comunidade de amor, para entrar no reino divino aqui mesmo neste mundo. Saiamos em paz. Amém.

[MÚSICA]

Congregação Unitarista de Pernambuco - 20 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Uma Oração Unitarista

Eterna Presença, somos gratos por tudo o que és e tudo o que nos trazes nesta nossa estada em tua criação. Em Jesus, colocas as Boas Novas no centro deste círculo sagrado com o qual toda a criação está relacionada. Mostra-nos o caminho para vivermos uma vida generosa e compassiva. Dá-nos forças para vivermos juntos com respeito e compromisso enquanto crescemos em teu espírito, pois és Deus, agora e para sempre. Amém.

(Do Livro de Oração da Congregação Unitarista de Pernambuco)

θεωρία - Visão de Deus

Não tenho nenhuma reserva em afirmar que não tenho certeza de absolutamente nada. Não posso afirmar com plena segurança que tenha certeza infalível de nada. Isso inclui minha fé.

Creio na realidade de Deus, mas não acredito que Deus exista da mesma forma que todas as outras coisas ou pessoas existem. Em minha compreensão, o Divino transcende a existência. Transcendendo a existência, Deus também transcende nossa compreensão e, consequentemente, nossa linguagem. Sendo assim, Deus transcende nossas fórmulas doutrinárias e nossas demais construções teológicas. Para mim, a forma menos limitada e limitadora de se falar acerca de Deus é a forma metafórica da linguagem poética.

Não acredito num Deus que se assenta num trono governante em algum lugar objetivo do cosmo. Creio num Deus no qual nos movemos, somos e existimos. Num Deus no qual imaginamos, amamos, sussurramos, dançamos, criamos, crescemos, e deixamos de existir. Creio num Deus no qual vozes proféticas se elevam, vozes de todas as crenças, vozes iluminadas, e vozes equivocadas.

Meu Deus não é um ser, mas é o próprio ser. Meu Deus é a existência, a vida e a origem deste Universo e de todos os outros universos. Neste Deus ocorreu o Big Bang, e a consequente expansão cósmica. Dentro dele há matéria escura e partículas ínfimas, e há um espaço crescente.

Meu Deus é real, mas ele não existe pois ele é a própria existência. Meu Deus é um Nome, mas ele é mais que palavras. Meu Deus é uma visão, é a theoria (θεωρία).

+Gibson

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O que tenho lido recentemente?

BOWERS, J. D. Joseph Priestley and English Unitarianism in America. University Park, PA: The Pennsylvania State University Press, 2007.

GUTH, Alan H. O Universo Inflacionário: um relato irresistível de uma das maiores idéias cosmológicas do século. Rio de Janeiro: Campus, 1997.


JAY, Peter. A Riqueza do Homem: uma história econômica. Rio de Janeiro: Record, 2002.


KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 2007.


NOVIKOV, Igor. Os Buracos Negros e o Universo. Rio de Janeiro: Elfos, 1990.