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domingo, 9 de janeiro de 2011

Conversos ou Conversas?


...Cada qual siga a sua convicção.” (Romanos 14:5)


Um visitante me perguntou hoje por que nós, unitaristas, não buscamos conversos. Ele me disse que há muito esperava ter encontrado uma comunidade onde se sentisse tão à vontade quanto se sentiu, mas nunca encontrara uma, e que se sentia frustrado por descobrir que sempre houvera uma tão próximo a ele.


Tive uma longa conversa com este homem que visitou nosso ofício, e tentei explicar-lhe que uma de nossas marcas era o não proselitismo religioso. Acredito que ele tenha compreendido nossas razões. Como cristão, não posso deixar de encontrar justificativas nas Escrituras para nossas compreensões do Cristianismo. Também não posso deixar de afirmar a identidade da tradição unitarista e cristã livre para nossa comunidade.


Os unitaristas brasileiros têm se esforçado para manter sua tradição cristã. Num mundo onde o Unitarismo tem se afastado cada vez mais de suas raízes, nós temos sido fiéis à nossa herança cristã liberal. Nosso Unitarismo é uma expressão da tradição cristã que sempre buscou uma compreensão bíblica inteligente e crítica; que sempre buscou ouvir a voz de Deus em nosso próprio tempo; que sempre abriu os braços, o coração e a mente para receber outros peregrinos em nossa jornada.


Nosso cristianismo é um cristianismo não-dogmático, dissidente, livre, que busca dialogar com nosso próprio tempo e cultura. Somos cristãos preocupados em seguir a religião de Jesus, e não a religião sobre Jesus. Nos ocupamos com nosso esforço de manter viva nossa compreensão liberal de Deus, de Jesus, da Bíblia, e do Cristianismo. Um dos traços dessa compreensão liberal é o respeito pela crença de outras pessoas e, por causa desse respeito, não somos tão vocíferos em buscar conversos, mas somos em buscar conversas (=diálogos). E eu espero que esse espírito de diálogo possa contaminar a todos. É minha oração.


+Gibson

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