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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Conhecendo o Cristianismo Unitarista

Então você se interessou pelo Cristianismo Unitarista, mas ainda não sabe muito bem o que é isso? O objetivo deste texto é dar-lhe uma introdução breve de quem somos e de como escolhemos viver nosso 'cristianismo'. A intenção aqui não é descrever de forma decisiva as crenças dos cristãos unitaristas, já que cristãos unitaristas não aderem a crenças dogmáticas imutáveis. Eu espero apenas, poder dar uma visão geral do que a maioria de nós entende ser nossa tradição religiosa.

A Congregação Unitarista de Pernambuco é uma pequena congregação pluralista de cristãos liberais ou que derivam sua inspiração de uma visão alternativa de Cristianismo. Convidamos cristãos teológica e culturalmente liberais ou progressistas – assim como todas as outras pessoas - a se juntarem à nossa comunidade.


Cristianismo Alternativo

Muitas pessoas não sabem que o fundamentalismo, o pentecostalismo, o evangelicalismo, e mesmo o catolicismo não sejam as únicas manifestações de Cristianismo em nosso mundo. Há perspectivas cristãs alternativas que não carregam a bagagem do exclusivismo, preconceito, e dogma rígido que muitas pessoas associam com a religião cristã.


Os Fundamentos do Unitarismo

Na verdade, uma das formas mais permanentes de “Cristianismo alternativo” é o Cristianismo Unitarista. As igrejas unitaristas se fundamentaram nos ideais éticos e espirituais do Cristianismo Protestante, com raízes teológicas no Cristianismo mais antigo do primeiro milênio. A palavra “unitarista” originalmente significava a crença de que Deus seja uma “Unidade” singular, diferentemente da noção da “Trindade” - ou Deus como sendo três pessoas - que não foi desenvolvido pela igreja cristã até o quarto século. Assim, o Unitarismo se desenvolveu como um movimento não-conformista dentro do Cristianismo, discordando das doutrinas e dogmas da igreja estabelecida, e apelando à liberdade individual e à razão, com uma ênfase na vida e ensinamentos de Jesus, em vez de especular a respeito de sua natureza cósmica.


Uma História de 400 Anos

O mesmo era verdade quando o sacerdote húngaro, Dávid Ferenc fundou a Igreja Unitarista no Reino da Transilvânia em 1568 durante a Reforma Protestante. Um breve período de tolerância religiosa proclamada pelo Rei João Sigismundo permitiu este evento. Apesar de este período ter sido seguido por repressão religiosa, durante a qual o Bispo Dávid foi aprisionado (seguida por sua morte na prisão em 1579), este iniciou a história de 400 anos do movimento unitarista. A Igreja Unitarista continua como o lar religioso de muitos cristãos húngaros hoje (a maioria na Romênia). Estas igrejas cristãs unitaristas na Romênia e na Hungria são duas das maiores denominações unitaristas no mundo hoje, as outras sendo a Associação Unitarista Universalista de Congregações nos EUA, o Conselho Unitarista Canadense, a Assembléia Geral de Igrejas Unitaristas e Cristãs Livres da Grã-Bretanha, e a Conferência Unitarista Americana.

Na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, o Cristianismo do século XVIII dos Unitaristas foi muito influenciado pelo Iluminismo, resultando numa fé na qual a razão e a experiência eram vistas como iguais (e eventualmente maiores) medidas de crença juntamente com as Escrituras e a tradição. Esse Cristianismo liberal tem mudado e evoluído nos últimos duzentos anos, na expressão de vários teólogos e ministros unitaristas (principalmente americanos), incluindo, Joseph Priestley, John Murray, William Ellery Channing, Hosea Ballou, Ralph Waldo Emerson, Theodore Parker, James Freeman Clarke, James Luther Adams, e Charles Hartshorne.


O que mais nos distingue de outros grupos cristãos, entretanto, não é uma lista de doutrinas teológicas, mas nosso princípio de liberdade - liberdade de acessarmos as Escrituras e outros elementos de nossa tradição e as interpretarmos de acordo com nossas próprias consciências individuais; liberdade para nos relacionarmos com Deus e com o mundo ao nosso redor sem que sejamos limitados por imposições dogmáticas e eclesiásticas; liberdade para discordarmos respeitosa e livremente de outros membros de nossa comunidade e de nossos ministros, sem que sejamos punidos por isso; liberdade para desenvolvermos nossa própria compreensão de nosso lugar neste mundo, sem que sejamos excluídos por não nos encaixarmos em uma visão pré-determinada. O que nos une, é nosso desejo de sermos uma família regulada por princípios e não interpretações petrificadas da "verdade". Se você sente que poderia nos ajudar a construir e alargar tal comunidade, junte-se a nós!


Rev. Gibson da Costa – ministro da Congregação Unitarista de Pernambuco
(Adaptado de um folheto da Congregação Unitarista de Pernambuco)

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